FC Porto mereceu a sorte daquele golo tão tardio Liga dos Campeões. O FC Porto ganhou em Kiev ao Dínamo e voltou ao segundo lugar do Grupo G, a dois pontos do Arsenal, que não fez melhor que 0-0 com o Fenerbahçe. Dragões fizeram uma boa partida, quebraram a série de três derrotas e voltam a ter hipóteses na Liga milionária Um golo de Lucho nos descontos, depois de um contra-ataque de Lisandro, deu uma tardia vitória ao FC Porto em Kiev, por 2-1, frente ao Dínamo. Uma vitória mais justificada pela primeira parte - que os dragões terminaram a perder - do que pela segunda, em que se deu a reviravolta no marcador. Agora, após quatro jogos, o FC Porto é segundo e volta a estar em lugar de passagem aos oitavos-de-final.
Para o próximo jogo, na Turquia frente ao Fenerbahce, há contudo um problema: Lucho foi expulso com segundo amarelo após o golo, por ter tirado a camisola. Minutos antes o árbitro austríaco Plautz tinha-lhe mostrado um carão por protestos após uma falta que o argentino não tinha feito e com o juiz a dois metros. Plautz foi fraco - esteve ao seu nível ao longo do jogo.
Jesualdo fez uma pequena revolução na equipa - com Helton na baliza, Pedro Emanuel a defesa-esquerdo, Tarik na frente - e o FC Porto entrou bem, a controlar e a dominar o jogo, e a ter um remate ao poste, de Raul Meireles (10'), e um remate perigoso depois de boa jogada, mas Bogush defendeu para canto o tiro de Rodriguez (19').
O Dínamo jogava no seu 4-5-1, sem ter um remate perigoso e marcou no primeiro, aos 20' por Milewsky, à entrada da área depois de ter recebido sozinho, já que Sapunaru e Rolando chegaram tarde. Mas umremate um golo, como no Dragão.
O jogo não mudou e eram os dragões a fazer as despesas - Raul Meireles teve oportunidade de empatar de cabeça, mas cabeceou para as mãos de Bogush (36). O Dínamo não se preocupava, só defendia e o jogo corria-lhe bem.
Ao intervalo saiu Tarik (discreto) e entrou Hulk e, se o brasileiro deu algum movimento à equipa, nesses primeiros dez minutos viu-se finalmente o Dínamo a atacar com um ou dois ameaços à baliza de Helton, que teve finalmente que fazer uma defesa importante para o primeiro canto do Dínamo, perto já da hora de jogo - o que diz muito do que tinha sido esta equipa ucraniana. Depois, o técnico Iuri Semin até tirou um médio (Ghioane) e meteu o segundo avançado, Bangoura. Mas ao fim de poucos minutos percebeu-se que tudo continuava na mesma, porque Milevsky recuou para o meio-campo. Semin nunca muda
Mas o FC Porto acabou por dar a volta ao jogo, primeiro numa cabeçada decidida de Rolando a livre de Raul Meireles (69') e depois no contra-ataque final com Lisandro a assistir Lucho. Pelo meio Lisdandro perdera outra boa chance.
Uma vitória importante que quebra uma série de três derrotas e que repete o resultado das meias-finais de 1987, quando o FC Porto ganhou a Liga dos Campeões. A sorte procura-se e Jesualdo procurou-a com Pedro Emanuel corajosamente a aceitar jogar a defesa-esquerdo. É o sexto jogador a passar pela posição e deu alguma estabilidade à equipa.